quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Suicídio por Sandra Caodaglio

O suicídio é infração às leis de Deus, considerada uma das mais graves que o ser humano pode praticar diante de seu Criador.
Suicídio Direto: é a destruição violenta do próprio corpo.
Suicídio Indireto: Os excessos ao ingerir álcool, desequilíbrios na alimentação, drogas, esportes de riscos.
Seja qual for a forma de suicídio, o praticante responderá pelo seu gesto segundo o grau de compreensão e evolução, existindo circunstâncias “atenuantes” (doenças mentais, ignorância, obsessões) e “agravantes” (conhecimento das leis de causa e efeito, praticar o ato em sã consciência).

CAUSAS DO SUICÍDIO

  • TRANSTORNOS MENTAIS
Suely Caldas Schubert em seu livro Transtornos Mentais aborda que muitos dos transtornos mentais podem levar ao suicídio (por exemplo, transtornos de ansiedade, personalidade múltipla, depressão, transtorno bipolar, transtornos psicóticos como esquizofrenia, autismo). Ainda esclarece que o espírito traz do passado todo o acervo conquistado. Se em reencarnações anteriores ele foi um suicida, esta idéia poderá reaparecer na reencarnação seguinte, pois este estado mental impregna fortemente o psiquismo da criatura, mas não significa que o espírito venha destinado ao suicídio. A Lei Divina sempre possibilita aos seres humanos o seu crescimento, seu progresso espiritual.

  • OBSESSÃO
Suely diz que o assédio destas entidades só acontece porque trazemos graves dívidas do passado. A nossa inferioridade moral é que dá acesso a essas interferências negativas. A perseguição é executada através de sintonia mental. O objetivo destes perseguidores é levar a sua vítima ao suicídio, pois sabem que as conseqüências deste ato serão de grande sofrimento não apenas após o despertar no plano espiritual, mas também pelas seqüelas físicas que se imprimirão no seu corpo físico na próxima reencarnação.

CONSEQUÊNCIAS DO SUICÍDIO
Nosso corpo não nos pertence! É um empréstimo que recebemos de Deus, e teremos que dar conta do que fizemos com ele no final da nossa reencarnação.
Acreditar que matar seu corpo vai resolver todos os seus problemas é uma visão materialista e imediatista que o levará à sua primeira grande decepção: somos seres eternos, imortais. A vida continua após a morte do corpo físico, e todos os seus problemas não serão resolvidos ao passar pelas portas trágicas do suicídio.
Estamos num planeta de provas e expiações, onde o sofrimento e a dor ainda se faz presente e é necessária para nossa evolução. Encarnamos novamente para vencer os reveses e as decepções que o dia a dia nos faz enfrentar. Não podemos enxergar o suicídio como uma porta de salvação; ele é, sim, o portal para inimagináveis torturas e sofrimentos.
A doutrina espírita muito tem ajudado as pessoas a repensarem sobre o ato suicida, apresentando relatos complexos e profundos sobre a situação em que se encontram as pessoas que cometeram este ato extremo.
Joanna de Ângelis no livro Após a Tempestade também nos fala dessas conseqüências: aqueles que esfacelam o crânio, reencarnam com a idiotia, surdez-mudez, conforme a parte do cérebro afetada; os que tentaram o enforcamento retornam com os processos da paraplegia infantil; os afogados com enfisema pulmonar; tiros no coração, cardiopatias congênitas irreversíveis; os que se utilizam de tóxicos e venenos, sofrem sob o tormento das deformações congênitas, úlceras gástricas e cânceres.
Em Ação e Reação de André Luiz, o Ministro Sânzio diz: ”— Da justiça ninguém fugirá...... logo que oportuno, quando torna a merecer o prêmio de um corpo carnal na Esfera Hu­mana, dentre as provas que repetirá, naturalmente se inclui a extrema tentação ao suicídio na idade precisa em que abandonou a posição de trabalho que lhe cabia, porque as imagens destrutivas, que arquivou em sua mente, se desdobrarão, diante dele, através do fenômeno a que podemos chamar circunstâncias reflexas, dando azo a recônditos desequilíbrios emocionais que o situarão, logicamente, em contacto com as forças desequili­bradas que se lhe ajustam ao temporário modo de ser. Se esse homem não houver amealhado recursos educa­tivos e renovadores em si mesmo, pela prática da frater­nidade e do estudo, de modo a superar a crise inevitável, muito dificilmente escapará ao suicídio, de novo, porque as tentações, não obstante reforçadas por fora de nós, começam em nós e alimentam-se de nós mesmos”.

Augusto Cury no seu livro O Vendedor de Sonhos escreve:

“- Não pense! Porque, se você pensar, vai perceber que quem se mata comete homicídios múltiplos: mata primeiro a si, e depois, aos poucos, os que ficam. Se pensar, entenderá que a culpa, os erros, as decepções e as desgraças são privilégios de uma vida consciente.... – Você já se sentenciou? Você sabia que o suicídio é a condenação mais injusta? Porque quem se mata executa contra si mesmo uma sentença fatal sem ao menos se dar o direito de defesa. Por que se autocondena sem se defender? Por que não se dá o direito de argumentar com seus fantasmas, encarar suas perdas e lutar contra suas idéias pessimistas? É mais fácil dizer que não vale a pena viver...”

PREVENÇÃO DO SUICÍDIO

No capitulo V do Evangelho Segundo o Espiritismo fica claro que o suicídio não trará a solução para os nossos problemas, e que a resignação e aceitação nos trarão um futuro melhor. Nós temos o livre-arbítrio e podemos atuar com uma conduta moral elevada, quitando nossos débitos de outra forma.
Trabalhar no bem, se instruir, vivenciar o amor, praticar a caridade, fé no Criador, orar e vigiar, ter uma conduta moral equilibrada, praticar o Evangelho no Lar, são veículos necessários como forma de progresso e reforma íntima.
Através do trabalho, ao tomar contato com a dor do próximo, percebemos que a nossa própria dor não é assim tão grande, e ainda temos a oportunidade de sermos úteis. A  vida física é a oportunidade que temos em nos elevarmos espiritualmente, cujo valor só veremos quando estivermos na dimensão espiritual.
Uma amiga querida me escreveu, num e-mail, que “o futuro não é um lugar onde estamos indo, mas um lugar que estamos criando. O caminho para ele não é encontrado, mas construído, e o ato de fazê-lo muda tanto o realizador quanto o destino”.
Que consigamos construir nosso futuro em alicerces sólidos, construídos na fé e determinação em nos transformar em pessoas melhores, não perdendo a essência do nosso “eu”, lidando saudavelmente com as nossas dores e cicatrizes para que na próxima existência possamos ter dias mais felizes e construtivos. No plano terreno, é normal vivenciarmos algum tipo de sofrimento, seja físico, material, mental ou emocional. Se precisar de ajuda especializada, busque! Não se torne algoz de si mesmo. Interrompa esse círculo vicioso de dor. Só depende de você. Não há tormentos e problemas que durem para sempre. Faça a vida vencer!

BIBLIOGRAFIA:
Evangelho Segundo o Espiritismo – Allan Kardec
O Céu e o Inferno – Capítulo V (Segunda Parte) – Allan Kardec
O Livro dos Espíritos – Allan Kardec
O Problema do Ser, do Destino e da Dor – Léon Denis
Memórias de um Suicida - Yvonne A. Pereira
Ação e Reação – André Luiz
Transtornos Mentais - Suely Caldas Schubert
Após A Tempestade - Joanna de Ângelis
Revista “O Espírita” Dez/2004
O Perispírito e Suas Modelações – Luiz Gonzaga Pinheiro
Um Tratado da Vida – A Morte Súbita da Morte – J. Demétrio Loricchio
O Vendedor de Sonhos – Augusto Cury