terça-feira, 5 de julho de 2016

Eu não pedi para nascer!

O que fazer para agradar uma pessoa ingrata? Nada! Por que ela está doente e não é capaz de reconhecer qualquer gentileza, agrado, carinho... Dar-lhe um presente ou carinho provoca uma reação momentânea de contentamento e em seguida volta ao desagrado. Ela não é agradada com a qualidade e nem com a quantidade de presentes. As pessoas desprevenidas que a amam tentam agradá-la dando muitos presentes, e sempre precisa mais, mais... Como ela é infeliz e não se sacia responsabiliza os outros por sua infelicidade, acusando-os de não compreendê-la, de não fazer as coisas para ela com amor.
Os principais alvos de sua revolta e reclamação são os pais, transferem para eles a responsabilidade pela vida emocional miserável que levam. Costumam ofendê-los e atacam: eu não pedi para nascer! Vocês me colocaram no mundo, agora aguenta! Na cabeça deles os pais são obrigados a dar amor, dinheiro, alimento, roupas, viagens...
Por conta dos seus temperamentos, dos conflitos, da falta de responsabilidade, do desinteresse dificilmente consegue uma profissão que lhes agrade. Entra e sai dos empregos sempre acusando a empresa de explorá-los, de exigir demais deles, etc.
Um caso típico de ingratidão que acompanhei, os pais compraram uma franquia de café para o filho, ele ficou empolgado, parecia que ia se encontrar, que as coisas iriam mudar. No começo foi bem, ele tinha um funcionário em quem jogava tudo em suas costas. Mas tinha um problema, ele estava lá! Sim, ele, o neurótico ingrato estava lá projetando seus tormentos no seu trabalho. A onde ele está ele enchia o ambiente de defeitos, reclamações, desconfianças, provocações... Não demorou para surgir os desentendimentos, a dificuldade de manter uma rotina, logo as vendas diminuírem e fechou o negócio! Ele depressa encontrou os culpados pelo insucesso: seus pais! E acusava: “vocês que me colocaram nesse negócio”, “vocês sabiam que eu não tinha experiência!” “Vocês queriam se livrar de mim...”.
Se esta pessoa fosse colocada em um suposto paraíso, onde tudo é perfeito e ele pudesse desfrutar da plena felicidade e da alegria, iria reclamar dizendo: as pessoas aqui acham graça em tudo, estão sempre sorrindo, não reclamam de nada, parece que não enxergam a realidade, isso soa falso! A realidade que ele acredita e que os outros não veem é a sua, subjetiva, ou seja, seu mundo interno cheio de conflitos, de confusão, de perturbação. Ele acha que o mundo é assim, porque é o que ele sente internamente.

Tudo que se lhe der é insuficiente: presentes, dinheiro, emprego, amizades reais, etc. Seu problema é interno, são os seus conflitos que precisam ser enfrentados. As causas desse desassossego podem ser as experiências infantis sem afeto ou de muito estresse com brigas e ameaças, como também reflexos de vidas anteriores. 

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